
Fotograma do filme Satyricon, Federico Fellini, 1969
A picotar as estranhas entranhas, animais vasculham alcatrões do interior do nosso caminho. Os animais sobejam vontade de gritar às putas mudamente. Despojam inquietudes de prostitutas palavras, lavadas no esgoto.
Humanidade! Daquilo que os nus se vestem.
Passamos em frios, pautados espaços que são o interior daqueles que nele existem e vivem em relevos, absortos, sobrevivem abortos. E na intensidade dos cheiros, doce-amarga o ácido nas tuas veias. Vertem verdes descalços, pisam vidros e, insensíveis, continuam a caminhar. Derretem mãos em mamas nádegas, desfeitas em dinheiro.
Defeitos! Daquilo que os nus se vestem.
E as eloquentes palavras vestidas de desdentadas bocas e, ainda assim, vampíricas. Querem, usam, de objectos não passam, de plástico velho, corroído, quebrado. Caro, demasiado desvalorizado. E assim subestimam o inferno que pisam.
Loucura! Daquilo que os nus se vestem.
E contam níquel nas palmas sujas, desgostos pequenos, afogam-se em misérias de trapos pestilentos e lascivos. Rosa-lhe o choque de lábios moles, cabelo de palha dourada, cascos limados de céu. Divergem os passos em tortas pernas cravadas de veias.
Cadência! Daquilo que os nus se vestem.
Comovidamente, habitam ruas de um lado ao outro, no fim e no começo, e em linhas ténues de infelicidade pelos filhos, póstumos de droga, que assombram oceânicos subconscientes. Quando facas contornam, corpos escapam à vida. Ou as mãos ensanguentadas de assassinatos. Voam vírus por canais invisíveis e clamam picotar desesperadamente a carne.
Mortalidade! Daquilo que os nus se vestem.
Valquíria
Post previamente publicado n'O Bar do Ossian
A picotar as estranhas entranhas, animais vasculham alcatrões do interior do nosso caminho. Os animais sobejam vontade de gritar às putas mudamente. Despojam inquietudes de prostitutas palavras, lavadas no esgoto.
Humanidade! Daquilo que os nus se vestem.
Passamos em frios, pautados espaços que são o interior daqueles que nele existem e vivem em relevos, absortos, sobrevivem abortos. E na intensidade dos cheiros, doce-amarga o ácido nas tuas veias. Vertem verdes descalços, pisam vidros e, insensíveis, continuam a caminhar. Derretem mãos em mamas nádegas, desfeitas em dinheiro.
Defeitos! Daquilo que os nus se vestem.
E as eloquentes palavras vestidas de desdentadas bocas e, ainda assim, vampíricas. Querem, usam, de objectos não passam, de plástico velho, corroído, quebrado. Caro, demasiado desvalorizado. E assim subestimam o inferno que pisam.
Loucura! Daquilo que os nus se vestem.
E contam níquel nas palmas sujas, desgostos pequenos, afogam-se em misérias de trapos pestilentos e lascivos. Rosa-lhe o choque de lábios moles, cabelo de palha dourada, cascos limados de céu. Divergem os passos em tortas pernas cravadas de veias.
Cadência! Daquilo que os nus se vestem.
Comovidamente, habitam ruas de um lado ao outro, no fim e no começo, e em linhas ténues de infelicidade pelos filhos, póstumos de droga, que assombram oceânicos subconscientes. Quando facas contornam, corpos escapam à vida. Ou as mãos ensanguentadas de assassinatos. Voam vírus por canais invisíveis e clamam picotar desesperadamente a carne.
Mortalidade! Daquilo que os nus se vestem.
Valquíria
Post previamente publicado n'O Bar do Ossian