Pessoas, pequenas colunas, gatos passam, desfeitos os pedaços gastos elaborados pela precisão. Eloquentemente acumulados os despojos estratégicos da virtude desesperada e o ritual hipnótico mecânico. Até isto é um castelo!
Depois.
Em cubos enormemente microscópicos, aniquila-se o senso de indigência em disfarçados passos sem concatenação, quando é óbvia a necessidade, se militantes sensores da lei impedirem um túnel venoso. E as individualidades cadavéricas de amarelo descorado afiguram-se a formicídeos. Passam em ruas-edifício envelhecidas pela erosão do tempo que passa demasiadamente rápido. Filas oficiosas aguardam a sopa dos pobres paga com sangue.
Antes.
De forma ridícula, distingue-se no filme a fina linha fronteiriça entre a realidade e os toscos cenários. Abstracção. Objectos familiares são rigores absurdos, imprescindíveis objectos de transposição por um mal maior. Na prata amolgada repousa o pó - tenuíssimas partículas de beleza infinda - e só isso brilha, polvilhado o mundo de descontentamentos muitos.
A vida é um mundo de olhos descontentados.
Estes repousam em cafés aguados. Repousamos cadeiras húmidas. E o homem de barbas velhas estende a manga pedinte rasgada que descobre a ponta dos dedos. E dedilhamos níquel em relevo, desconhecida a verdade que se trata afinal da terra que nas eventualidades do tempo o cobrirá. E mudos porque não queremos saber que não quereremos.
Porque o tenebroso olhar dos estranhos esconde habitualmente a nossa morte.
E as mãos. Disse porque se abstrai da própria pobreza. Porque receia este ser o seu reflexo, oferece ambíguas miudezas. A sobreposição das mãos é criatura do medo.