
sem título, Nobuyoshi Araki, 1997
No centro da depressão, onde reside a loucura e desperta a inconsciência, cigarros radioactivos destroem os lábios secos de poetas desfeitos; o fumo penetra o álcool que seca.
Nos vestidos negros, pedaços de céu nocturno aguardam a chuva em bocados ácidos. Porque cadeiras arrumam corpos moles, disformes, ávidos pela mortificação alheia, as palavras acabadas refutam-se no ar e desconjugam destinos assemelhados ao belo. E o que é sê-lo quando o pensamento subjectivo é generalizado?
Como uma prostituta com as pernas partidas, não obstante, inacostumada à violência, engolimos axiomas comprimidos, e existem inexactidões neste quadro vivo, meio morto, que desprezamos. Dividimo-nos subdivididos – pode bem ser verdadeiro o nosso sadismo, ou amamo-nos tanto que nos consumimos ao masoquismo com olhos secos em permanente vigília. É a desunião pessimista, uma coisa apodrecida, sepultada, saudosa. De cara abafada à terra, imprescindivelmente veneramos nosso ânus, sodomizados. Uma eterna vez a imagem da serpente falecida enojou o homem, é a epidemia da presente era desapercebermos a mesma linguagem gestual.
Nos vestidos negros, pedaços de céu nocturno aguardam a chuva em bocados ácidos. Porque cadeiras arrumam corpos moles, disformes, ávidos pela mortificação alheia, as palavras acabadas refutam-se no ar e desconjugam destinos assemelhados ao belo. E o que é sê-lo quando o pensamento subjectivo é generalizado?
Como uma prostituta com as pernas partidas, não obstante, inacostumada à violência, engolimos axiomas comprimidos, e existem inexactidões neste quadro vivo, meio morto, que desprezamos. Dividimo-nos subdivididos – pode bem ser verdadeiro o nosso sadismo, ou amamo-nos tanto que nos consumimos ao masoquismo com olhos secos em permanente vigília. É a desunião pessimista, uma coisa apodrecida, sepultada, saudosa. De cara abafada à terra, imprescindivelmente veneramos nosso ânus, sodomizados. Uma eterna vez a imagem da serpente falecida enojou o homem, é a epidemia da presente era desapercebermos a mesma linguagem gestual.
Valquíria

69YK, Nobuyoshi Araki, 2009
post previamente publicado n'O Bar do Ossian
...impossível de comentar,fico sem palavras...Que grande texto...Abraços.
ReplyDeleteVinte e cinco de Abril sempre, LOL!!!
ReplyDeleteDark kiss, coelhinha calada.
ehpah... podes contar com isso... pelo menos uma vez por ano!LOL
ReplyDelete=B
Obrigada, Gothicum...
ReplyDeleteKisses
Viva os púb(l)icos ;)
ReplyDeletee a LIBERDADE tb.
kiss.
are
ReplyDeletewe
what
we
are what
we
eat
hate
(que sublimes fotos
e adaga de texto)
Impressionante...
ReplyDeleteÉ mesmo lindo...
O nocturno despedaçar da memória escondida, mecânico labirinto das pedras descalças, o badalar das lâminas fuga dos dedos do olhar onde as epidemias tem lugar…recolher ou expulsar
ReplyDeleteAC Rangel,
ReplyDeleteMuito obrigada e bem-vindo:)
Sendo a epidemia uma coisa molesta, Dark Violet.
ReplyDeleteKisses
Ruela,
ReplyDeleteViva (se é só isso que temos)!
Kisses;)
We are what we're not, 0.05...
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