Saturday 5 September 2009

AZUL ESPECTRAL, A queda





Björk (sessão fotográfica para o álbum Telegram) Nobuyoshi Araki, 1997


Escapam-se discretamente as desgraças,
Das árvores desabam, imensas,
Como os angustiados lábios que, quentes,
Mornos, degustam hábeis apetites
Como a fúria de espectros pantomimos
Vivos de desgraças inanimadas,
Cobiçam os castanhos dourados do suicídio outonal:
expectantes gravíticos.
Os vermes, ao rastejarem da língua externa à interna, ambíguos,
Descascam, em segredo, a pele velha do animal arbóreo
Que na obscuridade subsistia dos mesmos insectos póstumos,
escabrosos e grotescos,
De passos minúsculos sob o avesso tóxico da casca do tronco esquelético.
O ser das raízes, demónio infecto!

Valquíria


Post publicado n'O Bar do Ossian

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