Sunday 24 August 2008

A VIOLÊNCIA DE MIM, DO QUE SINTO


Untitled, Bjärne Melgaard

Pautas acordam indesejáveis mortos da cova, que se movem repletos de terra do cemitério da minha mente. Vejo-os do outro lado do vapor esverdeado que denuncia as suas recentes mortes. Assassinei peças do meu passado. Agora, desesperada, qual criminosa, tento substituir o vazio insubstituível do puzzle da minha vida. É inútil! O vazio olha-me na sua permanência, e sangra, qual ferida aberta. É uma boca esfomeada, é um olho incriminador, é uma cova vazia. Insuportavelmente ensurdecedor o silêncio do que não existe, atribuo-lhe som roubado das pautas que agora ouço. Um ninho de arame farpado... Estou isolada em objecto disforme que possuo. Na realidade que quero acreditar não ser real. Pobres penas acabadas... Não quero deixar de ter pena de me amar. A confortabilidade do desespero e da imensa e infindável tristeza que me deixa absorta de tudo. A tristeza narcísica que alimenta a minha criatividade que me alimenta a tristeza...

Valquíria

2 comments:

  1. CIGANA MALHADA!!!!!!!

    Sê muito bem vinda a blogosfera, finalmente! =) Já era tempo de o mundo conhecer o enorme talento que carregas em ti.

    Muitos beijinhos, apalpões malhados e uma lambinela nesse cerebelo, LOL! :)

    ***

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  2. devias ir ensinar "o pinguim" de cabeça vermelha a escrever.... ;) ti amo! @ na peidola

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