Sunday 31 August 2008

BORDERLINE MONÓLOGOS


Sou a filha, a irmã, a amiga, a colega, a conhecida, a vizinha, a foda, a companhia, só por acaso. E quando sou Pessoa?! Nesta puta de vida não consigo ser nem Pessoa!
Eu, eu e eu. Ser narcisista, megalómano das emoções alheias, contribuinte de nada. A minha alma está febril: não é minha, não sou eu. Não és tu nem aquele que não vê. O Tomás da realidade ilusória, sem som nem imagem mesmo que ficcionados! Explosão de uma fibra capilar dourada... sou mero nada!

Valquíria

3 comments:

  1. Minha gótica Drogadona Preferida…

    Fiquei impressionada ao ler os textos que aqui publicaste...o que é muito bom sinal…claro!
    Nomeadamente porque tem tudo a ver contigo…os poemas…o blog em si…
    Este chamou-me particularmente à atenção…somos tudo e ao mesmo tempo não somos nada…mas até que ponto tudo isto nos completa? Até que ponto nos satisfaz?
    Qual é o significado? Se tudo um dia acaba…

    Transcrevo uma frase que desde a primeira vez que a li me apaixonei…

    “ Não sou nem nunca serei espectadora da minha própria vida…”

    Keep on the good work…

    Beijos
    Joana Gouveia

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  2. Mas é mesmo assim que me sinto... Como espectadora da minha própria vida.

    Obrigada, Escandalosa!

    Bjs

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  3. Há algo de muito belo e violento em ti que sempre me impressionou e fascinou: o desespero de te conheceres tão bem, da capacidade que tens de observar do mundo de tantas perspectivas e a sinceridade dos teus monólogos, anacrónicos, narcísicos, crus e puros, de quem observa o céu do fundo de uma cova cheia de merda.

    A tua arte canta o esgoto que somos, com a cabeça sob a estrela e os pés lapidados presos na lama.
    Não estás só e não és louca, há momentos que se tornam a metáfora da vida na morte, sabes? O quadro do Morrison na parede, os cadernos, cigarros inconscientes a gritar nos cinzeiros, Fellini e Lynch de mãos dadas com Marilyn Manson, martini rosso e massa com cogumelos, as botas e os cabelos, a Amelie na janela roxa e um The End que queremos agarrar num permanente princípio apocalíptico.

    Beijinhos, cigana russa e BOA! :) *

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