Thursday 4 September 2008

PANEGIAR A MORTE


Sem gota de sangue, sem calor
Trespassas-me o corpo com flor
Negra, entristecida,
Qual morte rendida?

Tecida a teia da minha vida, os tentáculos
Que, friamente, me apalpam a carne intragável,
Escoriam-ma! Essas unhas amedrontam-me os espectáculos
Numa moldura ilegível e inimaginável.
Com a morte da vida engano a morte...
Sinto sangue correr-me o corpo, rios insinuantes
E cada curva dos meus órgãos, o corte
De vísceras malditas, alucinantes
Que, falsamente, sustentam a minha sorte.

Valquíria

1 comment:

  1. Destino regado de tentações.. A morte envolve o rendilhado contorno da vida...abraço infernal

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