Thursday 18 September 2008

LAURA I


Observando paredes de Carmesim. Envolta num cheiro a cigarros apagados, e com substancial ingestão de um arco-íris a preto e branco de narcóticos, dispo o minúsculo tecido preto expansível que tão escassamente cobre as partes essenciais. O rubor das minhas carnes transpira num género equivalente. O som grave de cordas esticadas como forcas, que percorre o mesmo caminho da monotonia infinitas vezes, grita sexo violento. Indicação real da socialização neste cubículo. Sob a mesa, uma língua desconhecida entre as minhas pernas. Obrigas-me a fazer-te penetrares o teu membro cortante, horrível, delicioso e assustador na minha indolente fibra mucosa.

Valquíria

4 comments:

  1. há sensações e desejos que falam e socializam por nós.... De uma forma animal... Mas não devemos nós viver intensamente?

    Blood Kisses

    ReplyDelete
  2. Olha os anjos do quadro pendurado na parede do quarto da Laura, impossíveis, que abraçamos.

    ReplyDelete
  3. Depois esborracha-se violentamente contra a janela o coração em negativo sol.
    E não há chão que se consiga levar para casa.

    ReplyDelete