Thursday 25 September 2008

QUERO!


Tu que me deixaste a alma profanada de nada,
És tudo o que me falta, és o ar.
Por ti anseio viver sem a vil censura ensanguentada!
Sonhar sem ter que acordar.
Morrer num sonho eterno.
Não quero a letargia deste infortunado viver efémero!
O vazio que não me incomoda, é o que resta deste eu fétido.
Incomoda-me estar vazia de ti, não vazia do teu amor prefabricado.
Somos espíritos transportados pelo vento sobre um campo tétrico
E no sabor da minha cor translúcida, na textura do teu som aveludado.
Tudo o que tínhamos era do nada que teremos.

Quero saber o que te fiz,
Quero abrir o teu peito com garras vis
De mãos dedilhadas de discórdia e olho-de-perdiz,
Subtrair-te o sangue, o teu coração,
Fazer dele um bocado da tua mente demente de paixão.
Quero a tua alma e o teu chão.
Quero a coragem que em ti perdi.
Quero que, lentamente, me apagues em ti,
Que te apagues em mim.
E quero desaparecer, tornar-me irracional,
Voar na permanência de um vento outonal.
Quero dormir e sonhar, para sempre viver em inconscientes!
Roubar os teus sonhos para sentir o que sentes!


Valquíria

1 comment:

  1. O vazio não incomoda tanto como o nosso vazio nele..... As perguntas não tem resposta e o eco ofusca a mente em sons irracionais que preenchem sem encherem....

    Blood Kisses

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